Uma vira-lata que quase morreu de desnutrição se tornou peça-chave em investigações criminais no estado de São Paulo. Savana, como foi batizada, é o segundo cão perito da Polícia Científica paulista. Encontrada há quatro anos em estado crítico, a cadela foi resgatada pelo perito criminal João Henrique Machado, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

Na época, João Henrique pretendia apenas tratar a cadela e colocá-la para adoção. Mas o vínculo criado entre os dois mudou o destino do animal. “Ela tinha uma grande disposição para aprender, era sociável e tinha um faro impressionante”, contou o perito.

De vítima do abandono à especialista em vestígios

Durante o treinamento, Savana se destacou pela facilidade em identificar odores específicos, habilidade essencial para as perícias criminais. Hoje, ela é capaz de localizar manchas de sangue humano invisíveis a olho nu, mesmo em casos onde houve tentativa de limpeza da cena.

Savana atua no Instituto de Criminalística de São José dos Campos, ao lado do primeiro cão perito da Polícia Científica, o vira-lata Mani. Os dois disputam quem encontra o vestígio primeiro. “Para eles, o trabalho é uma grande brincadeira”, disse João Henrique.

Como funciona o trabalho de Savana

O projeto que utiliza cães como ferramenta de perícia é pioneiro no Brasil. Além de ser mais econômico do que métodos tradicionais, tem se mostrado mais preciso na detecção de sangue humano.

Quando Savana encontra um vestígio, ela se senta ou deita no local, indicando aos peritos onde analisar. A recompensa? Uma simples bola de borracha, seu brinquedo favorito.

Por que isso é importante

O uso de cães peritos ajuda a acelerar investigações e garante resultados mais confiáveis, especialmente em crimes violentos, onde a identificação de vestígios é fundamental.