Promotor pede que juiz aposentado e acompanhante sejam denunciados por homicídio doloso em atropelamento fatal
Auriflama - Domingo, 02 de Novembro de 2025

O promotor do Ministério Público responsável por analisar o inquérito policial que indiciou o juiz aposentado Fernando Augusto Fontes Rodrigues Júnior e a garota de programa Carolina Silva de Almeida pela morte da ciclista Thaís Bonatti pediu que ambos sejam denunciados por homicídio doloso, na forma de dolo eventual.
O caso aconteceu em 24 de julho deste ano, em Araçatuba (SP). A vítima, de 30 anos, estava indo para o trabalho quando foi atropelada na rotatória da Avenida Waldemar Alves. Thaís foi socorrida e levada à Santa Casa, mas morreu dois dias depois.
O delegado responsável pela investigação havia indiciado Fernando e Carolina por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e embriaguez ao volante. Segundo a polícia, Carolina estava sentada no colo do juiz no momento da colisão.
De acordo com o promotor Paulo Domingues Junior, que analisou o caso, há indícios de que os dois assumiram o risco de provocar a morte da vítima. Ele destacou que Fernando estava embriagado, usava medicamentos que potencializavam o efeito do álcool e ignorou alertas do dono da boate e de um motorista de aplicativo para não dirigir.
“Como se nota, portanto, não se trata de um acidente causado por distração momentânea ou erro de cálculo, mas de uma sucessão de escolhas conscientes, tomadas por alguém que tinha plena ciência das consequências e práticas dos atos”, escreveu o promotor na manifestação.
O promotor também considerou que a acompanhante contribuiu diretamente para o resultado ao se sentar no colo do motorista, o que teria aumentado a distração e a perda de controle do veículo.
O juiz aposentado chegou a ser preso em flagrante, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 40 mil e teve o direito de dirigir suspenso.
Em nota, o advogado da família da vítima afirmou que a manifestação do Ministério Público “traz uma fagulha de esperança de que, neste país marcado por tanta impunidade, ainda seja possível acreditar na justiça”.
O Ministério Público ainda avalia se apresentará à Justiça a denúncia nos termos solicitados pelo promotor.
