Tribunal do Juri vai julgar réu por tentativa de feminicídio contra ex-companheira em Auriflama

AURIFLAMA - A Vara Única de Auriflama decidiu levar a júri popular um homem acusado de tentativa de feminicídio contra sua ex-companheira. A decisão, assinada pelo juiz Pedro Henrique Batista dos Santos e publicada nesta segunda-feira (20), aponta que o réu deve responder pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado por violência doméstica, motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Segundo a denúncia do Ministério Público, os fatos ocorreram em novembro de 2024, após o acusado atrair a vítima com o pretexto de uma conversa e levá-la até sua residência. Lá, ele teria ficado enfurecido ao saber que a mulher mantinha um novo relacionamento e, após ameaçá-la, obrigou-a a entrar em seu carro. Na sequência, conduziu o veículo até uma estrada de terra, onde afirmou que os dois iriam morrer juntos, e passou a dirigir em alta velocidade em direção a um barranco.

A vítima, que estava no banco de trás do carro, conseguiu puxar o freio de mão, interromper a manobra e ligar para o tio, ainda que sob ameaça. Em novo momento de risco, o réu voltou para a rodovia e ameaçou colidir o carro ali. Aproveitando uma parada no acostamento, a vítima conseguiu fugir e buscar ajuda em um barracão próximo, onde foi socorrida.

A Justiça entendeu que existem indícios suficientes de autoria e materialidade para submeter o réu ao Tribunal do Júri, órgão competente para julgar crimes dolosos contra a vida. O magistrado destacou que a tentativa de homicídio foi cometida em contexto de violência doméstica e familiar, envolvendo perseguições, ameaças anteriores e conduta possessiva.

Na decisão, o juiz também revogou a prisão preventiva do réu, que estava preso desde novembro do ano passado, concedendo liberdade provisória com restrições, como a proibição de contato com a vítima e familiares, recolhimento domiciliar noturno e proibição de sair da comarca sem autorização judicial.

Ainda não há data definida para o julgamento pelo júri popular. A vítima, que tinha histórico de relacionamento conturbado com o acusado, segue sob acompanhamento.